{28.9.05 . reflexão}

Só a actualidade do presente me interessa.
Tudo o resto são velhas cantigas e ilusões disfarçadas de novidades.
É por causa deste momento que sei...

...EU TENHO UM FUTURO!


str8splash blogged on 28.9.05

.

{25.9.05 . regresso às cavernas}

Será possível associar o retrocesso civilizacional e o embrutecimento da consciência, expurgada de todos os valores, substituídos por “razões de eficácia” pelo direito à maximização do prazer e do interesse próprio, com a eliminação da noção de culpa ou de compaixão?

Quem liga a televisão e assiste aos diferentes noticiários, depara-se invariávelmente com um bando de políticos, tecnocratas, comentadores, a destilar termos como: macroeconomia, finanças públicas, plano orçamental, recessão, estratégia internacional...
Pessoas, gente, humanidade, cultura… são palavras em desuso.
Quanto mais longe da realidade, quanto mais abstracto é o discurso, mais fácilmente este é aceite, embora poucos o entendam.
Parece que temos a obrigação de saber um emaranhado de abstracções com que nos bombardeiam. O mais grave de tudo é que a comunicação é hoje feita de tal forma, que as pessoas nem se apercebem do impacto profundo e real que poderá ter nas suas vidas.
A Idade da Pedra não desapareceu por falta de pedras.


str8splash blogged on 25.9.05

.

{20.9.05 . é um mal secreto...}

Image hosted by Photobucket.com

Corrosivo e avassalador. Irreversível. Vive no segredo, mas sempre em má companhia. Lembra o ciúme, mas tanbém a cobiça e confunde-se com os dois. É mesquinho como a avareza e mantém com o ódio uma relação estreita.
A inveja é o primeiro dos sete pecados capitais, mas é também o mais democrático e universal: quem nunca sentiu que atire a primeira pedra!
É o mais sorrateiro e perverso dos pecados, tão sem classe, sem cor, nem categoria.
O ciúme é querer manter o que se tem.
Cobiça é querer o que não se tem.
O ódio é espuma.
A preguiça derrama.
A avareza acumula.
A luxúria oferece-se.
O orgulho brilha.
Inveja é não querer que o outro tenha, mas é um vírus sem sintoma.
Só a inveja é que se esconde.


str8splash blogged on 20.9.05

.

{7.9.05 . náusea}

Image hosted by Photobucket.com

O título do post estava para ser “carta a Sartre” e com direito a subtítulo pós-moderno:

«receita para quem não sabe que uso dar aos dedos, ou não quer, porque isso dói e pode não ser nada.»

Peço a máxima compreensão a todos os leitores, pois as linhas que se seguem, ao contrário destas, foram escritas sob a influência do álcool.
Aqui vai disto:

O que há de mais doce no álcool é o esquecimento que provoca. Lento e inevitável, na sucessão de copos vazios, intercalam-se os pequenos tempos de esquecimento com alguns segundos de vida.

Movimento circular: encher, beber, voltar a encher, tornar a beber…

Vai com o álcool! Tenta abrir falhas na memória. Um movimento de maré a que a lua não é indiferente… nem o dinheiro. Estende as mãos para o líquido. Conta o dinheiro para comprar a garrafa, coisa que não fazes para os livros: Neles esbanjas dinheiro, porque nunca são demais, e depois de um, surge mais outro.
Depois do banquete e de te fartares vem o vómito. Tiras tudo cá para fora, porque o último copo serve para lavar o estômago. Isso mesmo! E fazes luz sobre as tuas preocupações, bem digeridas, ilustradas por alguns neurónios das cabeças mais ilustres.
És um intelectual e gostas de tudo que é bom, incluindo a boa mesa e a boa companhia. Vê-se que usas uma farda de luta e tens um fraco por coisas sérias, ambientes, paridades, causas justas, etc, etc, etc, etc…
Afinal também és um burguês e não me tinhas dito nada. E dentro deste quadro, há preocupações que me quebram as muralhas da resistência. No fundo sinto-me maltratado, dirás em abono da verdade. É isso mesmo, sinto-me maltratado, porque quero sobretudo que não vomites para cima de mim. Dou-me mal com as nódoas!

Mas onde é que eu ía mesmo?... Ah!... Já sei…

… Há os burgueses do vinho, os burgueses do espírito, os primos dos burgueses de qualquer coisa. Tudo tem o seu grau de diferenciação e de refinamento. A nenhum deles falta trabalho ou público e todos têm a sua cadeira reservada. Depois existe a benesse do sorriso, da condescendência. Sabes que esta mania de deixar comer os pobres na cozinha das luxuosas casas intelectuais é um pequeno passo para a canonização?


str8splash blogged on 7.9.05

.

{5.9.05 . tédio}

Image hosted by Photobucket.com

Estamos no mundo, as coisas olham para nós e as mãos que temos não bastam para tudo. Fazemos asneiras: falamos de coragem com firmeza, mas não largamos o punhal,uma arma de fogo ou a mãe que, apesar de velha, ainda é mais alta que os outros e nos protege.
Temos medo de a certa altura da existência, o aborrecimento ser tanto que passemos a olhar para os crimes como uma possível fonte de exaltação, uma novidade finalmente para as tuas- e minhas- emoções nada perigosas.
Porque o tédio tem uma parte que obriga a decidir- uma parte do tédio faz-se afiando uma lâmina qualquer, nas costas do mundo e de costas para o mundo. Mas afiamos a lâmina para o que for preciso e quando chegar o momento, a estabilidade em nosso redor voltará. A maldade céptica que depois de 3 ou 4 vezes espetou a lâmina ainda voltará para uma quinta punhalada, e sobre aquele corpo morto já não nascerão flores.


str8splash blogged on 5.9.05

.

{4.9.05 . cabeçinha de papel}

Image hosted by Photobucket.com


str8splash blogged on 4.9.05

.

O que uma pessoa faz para ser original! Paciência.







EmilyStrange.com