As grandes catástrofes naturais ocorrem a intervalos mais ou menos longos, mas sempre imprevisíveis. Esquecer que podem acontecer amanhã é a atitude normal do comum dos mortais, mas é uma possibilidade que não pode ser encarada com optimismo por quem tem a responsabilidade de governar os povos.

Depois de um ano atribulado e recheado de peripécias, eis que ao cair do pano...meteu água! Tal como uma prenda de Natal envenenada, ou como desígnio divino com o intuito de "lavar" o ano que termina.

Não! Eu não discuto a grandeza ou a existência de Deus por causa da tragédia asiática. Não desvalorizo os seus sinais nem os considero uma ameaça. O que a tragédia me sugere é isto: nada. Nada a não ser a desolação, a morte e a necessidade de actuar rapidamente. Também não faço comparações. Limito-me a assinalar que no meio das notícias sobre o tsunami, a televisão passou entrevistas com turistas portugueses ( certamente famosos!), perguntando-lhes se iam anular as férias na Tailândia ou adiá-las para uma época mais conveniente. Nessa altura a contabilidade aproximada da catástrofe ia em 30 mil mortos. Perguntas de merda. Gente de merda!

Nota de rodapé: Após a leitura das desgraças na imprensa diária de hoje, consegui rir perante este diálogo do cartoon "Bandeira de Canto", do Jornal de Notícias:
"- O representante do Roger garante que a ligação com Adriane Galisteu não impedirá o regresso do jogador a Lisboa.
- Entendeu mal. Se a Adriane não vem, a gente não o quer de volta!"