{7.10.07 . vibhavari sesa- o fim da noite}



vibhavari sesa, aloka-pravesa,
nidra chari' utha jiva
bolo hari hari, mukunda murari,
rama krsna hayagriva
nrsimha vamana, sri-madhusudana,
brajendra-nandana syama
putana-ghatana, kaitabha-satana,
jaya dasarathi-rama
yasoda dulala, govinda-gopala,
vrndavana purandara
gopi-priya-jana, radhika-ramana,
bhuvana-sundara-bara
ravanantakara, makhana-taskara,
gopijana-vastra-hari
brajera rakhala, gopa-vrnda-pala,
citta-hari bamsi-dhari
yoindra-bandana, sri-nanda-nandana,
braja-jana-bhaya-hari,
navina nirada, rupa manohara,
mohana-bamsi-bihari
yasoda-nandana, kamsa-nisudana,
nikunja-rasa-vilasi
kadamba-kanana, rasa-parayana,
brnda-vipina-nivasi
ananda-vardhana, prema-niketana,
phula-sara-jojaka kama
gopangana-gana, citta-vinodana,
samasta-guna-gana-dhama
jamuna-jivana, keli-parayana,
manasa-candra-cakora
nama-sudha-rasa, gao krsna-jasa
rakho vacana mana mora


str8splash blogged on 7.10.07

.

{2.9.06 . confissão}

eu presido a todos os enganos
os do céu os da terra há tantos anos
que nem o tempo os lembra
antes do mar fui voo
antes do sal fui mar
e sede antes da água fresca
antes do verso eu fui a poesia
eu sou antes de Deus e do universo
estando antes eu nunca fui ontem
e sendo a tudo preso nunca fui refém
nem de mim mesmo porque a minha fome
não tem distância horizonte não tem nome
sempre que me contam sou inumerável
sempre que me caçam sou invulnerável
eu nunca estou no pé e nunca estou no passo
a minha dimensão é outra sou o compasso
cósmico a que palpitam todas as galáxias
e a que se geram flores nos ramos das acácias
não fui planeado nem projecto
não sou vontade
nas letras de prisão lêem-me liberdade
não a minha a tua a deles ou a de todos
eu sou a liberdade do desejo
do desejo dos lodos
e das aves dos rios
dos homens e mulheres
de todo o espaço de todas as coisas
de todos os seres
por isso eu presido a todos os enganos
os do céu os da terra há tantos anos
que nem o tempo os lembra
sou a razão de todas as derrotas
o coração da mágoa as mãos do desespero
eu sempre estou e permaneço
e espero desde o caos
e canto o refazer do desejo
na sua liberdade
como lábios no beijo
em mim tudo recomeça
grão a grão
ponto a ponto
peça a peça
mão a mão
sol a sol
segundo a segundo
porque comigo recomeça o mundo
até que tudo seja o que não vejo
até que o mundo seja o do desejo


str8splash blogged on 2.9.06

.

{11.7.06 . o beijo}

Photobucket - Video and Image Hosting

os nossos olhos, meus e teus, como os nossos olhos
sérios e parados numa certeza, dois espelhos a reflectirem-se,
um lago diante de um lago, uma montanha sempre,
para sempre, diante de uma montanha, os nossos olhos
são essa certeza no momento em que os nossos rostos
começam a aproximar-se, e muito devagar, como um
instante definitivo, fechamos as pálpebras sobre os olhos
porque abrimos universos dentro de nós, e a respiração
que sentimos na pele, que não sabemos se é tua ou minha,
é a respiração que ouvimos como tempestades de
uma hora de pânico e ânsia cega, oceanos à noite, praia
de afogados nocturnos e solitários que dão à costa e,
ao mesmo tempo, marés de verão, risos de crianças
como espuma de ondas, praia de brilho e mar, maré,
respiração que sentimos na pele,

e o tempo pára,

o tempo que passava pára no instante definido concreto,
em que um ponto dos teus lábios toca um ponto simples
de carne sensível dos meus lábios, o tempo é a paisagem
parada à nossa volta, que arde com as chamas de um
incêndio, entro no interior de ti para procurar-te, corro e corro
dentro da tua escuridão, salto troncos caídos, os meus
passos agarram-se à terra e levantam as folhas que
a chuva derrubou dentro de ti, beijo-te como se chorasse,
e tu encontras todos os caminhos dentro de mim, sem
palavras, pedes que te abra estradas e fico a ver-te enquanto
te afastas e te aproximas mais e mais do centro único
do meu interior, da minha única escuridão, beijas-me
como se chorasses, e será sombra, penumbra, ou será uma
explosão de luz, uma força incandescente que explode,
que nos empurra o peito, que nos lança para longe, que nos
lança no ar, que nos dispara no céu, os meus teus lábios
os teus meus lábios,

e o tempo recomeça,

assente num instante medido com uma régua na superfície
limpa livre do tempo, os nossos rostos não querem afastar-se,
mas, na pele sensível, o último toque do último ponto dos meus
e dos teus lábios, e a respiração, há universos que voltam a ser
arrumados, aquilo que tocámos e que explodimos volta
de novo ao seu lugar, e a respiração, estendem-se de novo
os rios, é longo o vento, abrimos as pálpebras sobre os olhos
e somos de novo a segurança da nossa certeza, e os nossos
absolutos olhos, meus e teus, são dois espelhos a reflectirem-se,
são um lago diante de um lago, são uma montanha sempre
para sempre, diante de uma montanha.


str8splash blogged on 11.7.06

.

{12.5.06 . a imagem}

Esta imagem é do quadro "Traum 1913", de Franz Marc.
É a imagem que reveste a parede do quarto de uma mulher muito especial.
Quantas noites de sonho passadas e embaladas por esta imagem...

Photobucket - Video and Image Hosting


str8splash blogged on 12.5.06

.

{7.4.06 . world press photo}

Image hosting by Photobucket

O jurí internacional da World Press Photo, decidiu distinguir esta foto do canadiano Finbarr O'Reilly da Reuters, como a foto do ano 2005.
A foto foi tirada no Niger no dia 1 de Agosto do ano passado, num campo de ajuda humanitária.
É um enorme orgulho para mim tê-la aqui.


str8splash blogged on 7.4.06

.

{4.4.06 . ...}

Image hosting by Photobucket


Porquê insistir em construir muros e barricadas de arame farpado à nossa volta, quando a vida é feita de pontes?

Porque tens medo de atravessar o rio e caír nele, quando tens alguém que embora também sinta medo, está disposto a atravessá-lo para ir ao teu encontro?
Porquê?


str8splash blogged on 4.4.06

.

{30.3.06 . fugas...}

Image hosting by Photobucket

Image hosting by Photobucket


str8splash blogged on 30.3.06

.

{12.1.06 . ...}

Image hosted by Photobucket.com


Detesto a mania pós-moderna das viagens e gente que não está quieta. A meu ver, esta moda que tantos pensam ser sinal de sofisticação só revela almas inquietas, que não se suportam a si mesmas e mudam constantemente de sítio no desespero de fazerem férias de si próprias, que é afinal aquilo que sem o saber procuram.
Quando vamos a tantos lugares, eles transformam-se em produtos de consumo, passam a ser" não lugares" e as pessoas que aí vemos... "não pessoas"!
Um "não lugar" cheio de "não pessoas" é desumano; uma coisa que não interessa a ninguém, a não ser ao consumidor de viagens.


Tudo o que é em excesso se torna irrisório como uma cagadela de mosca!


As plantas não gostam de sair da terra delas. É por isso que não vêmos plantas por aí a viajar feitas tontas.
As árvores gostam tanto da sua terra que preferem morrer de pé do que fugir da morte.
Quando queremos plantar uma pequena árvore para que ela cresça, abrimos uma cova para ela. Quando queremos semear, enterramos uma semente. Bela relação com a vida, essa de ser enterrado para nascer e de ir para a cova para crescer!


str8splash blogged on 12.1.06

.

{12.12.05 . voltei}

Atirem foguetes e organizem um banquete! Finalmente um post neste meu cantinho, que agora também já é vosso por direito.

Têm todos aqueles que me lêem razões mais do que suficientes para se sentirem tristes comigo. Também me sinto assim por não vos oferecer algumas linhas, e mais triste fico por não ser um escritor de mérito e inspiração farta. Dessa forma poderia fazer-vos mais vezes companhia. Aliás… bastaria que fosse eu um escritor, coisa que não sou!

Nunca vou ser capaz de agradecer suficientemente às pessoas que escrevem livros excepcionais, ou realizam filmes que me tiram o fôlego, o extraordinário favor que me fazem, ou, como diria uma amiga minha… o encantamento, que me provocam.

Há quem consiga esticar-me o cérebro para lá daquilo que jogava possível, e a ciência sabe que os cérebros esticados jamais voltam a encolher.

Depois de entendermos mais, não podemos entender menos. Por isso quando de um momento para o outro conseguimos espreitar para lá do horizonte que tínhamos só para descobrir que há outro, maior e mais fascinante para lá do que possuíamos até aí, é esse novo horizonte, o mais distante e novo que fica.

Os bons livros, às vezes, parecem que não fazem mais do que passar a escrito todos aqueles sentimentos confusos que navegam dentro de nós, mas que não conseguimos apanhar. O escritor com um talento que supera o nosso, parece capaz daquilo que nós não somos: de os caçar com uma rede de borboletas, de olhar para eles com uma lupa e, finalmente, de lhes dar um nome, muitas vezes um nome novinho em folha, que só ele e agora nós, sabemos.



str8splash blogged on 12.12.05

.

{27.11.05 . frio}

Image hosted by Photobucket.com

É um frio entranhado
que chega de um corpo em que habita.
Nele não tacteio
mas consigo tocar a alma.

Image hosted by Photobucket.com

Mãos quentes afastam o frio que ele sente.




str8splash blogged on 27.11.05

.

O que uma pessoa faz para ser original! Paciência.







EmilyStrange.com